Economia doméstica

Com gastos planejados, é possível poupar luz e combustível

Naiôn Curcino

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Com os aumentos na energia elétrica e nos combustíveis, muitas pessoas já pensam em alternativas para gastar menos. No último fim de semana, o "Diário" mostrou como poupar em média 40% com energia e combustível apenas mudando hábitos. Nesta segunda reportagem da série, vamos mostrar que, para garantir uma economia maior, é necessário fazer alguns investimentos, como escolher eletrodomésticos que consomem menos.

A dica mais importante ao comprar um eletrônico é tomar cuidado com as informações que estão no selo Procel, que compara a eficiência dos produtos. Tanto em casa como no carro, a opção mais barata é usar com precaução. Ficar atento ao manual do veículo é a principal dica dos chefes de mecânica de duas concessionárias da cidade, Aermon Batista Pereira e Ivo Farias. É preciso prestar atenção em itens como alinhamento da direção, filtros de ar e gasolina e velas. Casos esses itens tenham defeito, o aumento no consumo de combustível pode chegar a 25%.

Conforme o professor de Economia do Centro Universitário Franciscano Alexandre Reis, neste momento de volta da inflação, é a hora de as famílias começarem a fazer um planejamento doméstico mais detalhado. Segundo ele, há uma teoria no mundo econômico chamada custo de oportunidade, no popular: "o barato pode sair caro".

– Em momento de crise, é preciso escolher muito bem o que você quer consumir, para valorizar seu dinheiro. As famílias têm que prestar mais atenção em detalhes e tomar decisões sensatas e com racionalidade – explica.

O professor do curso de Engenharia Elétrica da UFSM Félix Farret, que tem pós-doutorado pela Universidade de Londres, afirma que investir em equipamentos que consomem menos luz é extremamente rentável, assim como usar a energia com consciência. Hábitos como ligar o ar-condicionado na potência máxima e esquecer aparelhos ligados são os vilões. Em todo o país, 5% da energia produzida é gasta apenas com o uso de ar-condicionado. Somando o consumo de todos os equipamentos usados em residências, o percentual chega a 25%.

– Sou favorável que a energia aumentasse de preço 10 vezes mais, assim as pessoas também pensariam 10 vezes mais antes de deixar aparelhos ligados à toa. Esbanjar energia é a mesma coisa que rasgar dinheiro – diz.

Na casa da família Lopes, onde moram Elisabeth e a filha, Karina, várias medidas foram adotadas desde o começo do ano. Elas investiram cerca de R$ 95 e trocaram as 12 lâmpadas incandescentes da residência por fluorescentes, que gastam menos. Os aparelhos eletrônicos, quando não estão em uso, são tirados da tomada. Na hora de dormir, em vez de cada uma dormir em seu quarto, agora elas dividem o cômodo, para ligar apenas um ar-condicionado. A expectativa para a próxima conta de luz é grande, para ver qual a diferença.

– Agora, economizar é tudo – brinca Karina.

Comparando

O Procel, da Eletrobras, já economizou 70 bilhões de quilowatts, por meio da etiquetagem de eletrodomésticos vendidos no país. Além de esclarecer a população indicando quanto gasta cada equipamento, o Selo Procel de Eficiência Energética indica qual é o modelo mais eficiente de cada categoria de produto. Ou seja, se o produto escolhido tem esse selo, é porque, na comparação com outros parecidos de outras marcas, este é o que gasta menos energia.






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